Escola invadida, tiros para todos os lados, crianças mortas sem motivo, por uma pessoa, aparentemente, não tinha nenhuma razão para matar aquelas pessoas... A história se parece muito com o terrível episódio de Columbine (EUA/1999), ao qual assistimos embasbacados, sem entender como e por que acontecera. Mas, por maior que fosse nossa empatia à situação, esse problema "não nos pertencia". "Isso nunca aconteceria aqui no Brasil", pensávamos. Não fazia parte da nossa cultura. "Fazia", no passado, porque agora faz.
Hoje assistimos, novamente embasbacados, aos relatos do terror acontecido na escola no Realengo, Rio de Janeiro. Dessa vez, nosso envolvimento foi maior, muito maior. Estava acontecendo aqui!
Nunca saberemos os reais motivos desse massacre. O assassino levou essa informação com ele ao se matar. Mas podemos suspeitar de várias coisas. O que mais me chama a atenção nesse evento é o poder de um exemplo. Há uma clara similaridade entre a tragédia de Realengo e a de Columbine. Teria o assassino se "inspirado" nesse evento? Quais outros "exemplos" estão sendo passados diariamente de um lugar para o outro, de uma cultura para a outra? Podemos falar que algo "não nos pertence"? Acho que não.
Isso traz muita implicações. É um choque de realidade que nos mostra que tudo está interligado. O terremoto no Japão, a exploração de mão-de-obra na China, o despejo de produtos químicos nos mares da Ásia, os conflitos no Oriente Médio, a desigualdade econômica e social na África, os massacres, a violência gratuita, tudo isso nos afeta diretamente.
Por isso, temos que buscar soluções conjuntas para os problemas enfrentados no mundo. Não podemos mais nos alienar de algo por estar acontecendo em um lugar distante geograficamente. A geografia do mundo mudou.
Fico, então, refletindo sobre o poder que temos na vida dos outros, por meio dos exemplos que damos. Os bons e os maus exemplos se espalham com uma facilidade e rapidez impressionantes. Por isso, buscarei dar mais bons exemplos, para meus vizinhos, meus colegas, meus familiares, meus amigos, todos com que eu tiver contato.
Quem sabe, com mais bons exemplos em todas as áreas, poderemos diminuir os problemas atuais de maneira mais rápida e eficaz?
Cara Anna,
ResponderExcluirmuito bom seu texto, ainda não tinha passado no seu blog. gostei muito.
e confesso que também me lembrei de Columbine, qdo soube do massacre.
depois, duvidei de minha própria associação. talvez não haja relação, exceto pela capacidade humana de atos desumanos.
contextos 101% distintos, atores distintos (Columbine foi uma vingança bestial, a escola era o alvo. Realengo, um ato aleatório).
a tradição científica moderna nos fez crer que tudo é explicável. que há modelos lógicos nas cadeias de ação. isto pode confudir mais do que esclarecer. faz com que vejamos um fato como repetição, e talvez exceto nas ciências naturais (e olhe lá) tudo é inédito.
temos muitas explicações para problemas que não conseguimos resolver. Freud, quer dizer, a ciência explica, só não resolve.
um ab
Edu
Anna, tudo bem?
ResponderExcluirMeu nome é Roberto Almeida, sou repórter, trabalhei 3 anos no Estadão e hoje estou na Revista Poder.
Encontrei seu nome na lista de projetos do master em Development Management em Bochum, encontrei seu nome no LinkedIn e caí no seu blog - o que a internet não faz...
Bom, e eu queria muitíssimo saber da sua experiência por lá, já que estou querendo fazer o mesmo mestrado. A gente pode trocar umas infos sobre o assunto? Ainda tenho algumas reservas quanto ao foco de estudo e as possibilidades de trabalho que podem vir depois. Enfim, estou inseguro, porque para mim significaria uma mudança de carreira.
Vamos conversar?
Meu e-mail é robertosal@gmail.com
Obrigado!
adorei o blog! :D
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